Fábio era assim mesmo. Freqüentava os centros culturais, museus e galerias sem entender merda nenhuma de arte. Inventava teorias estranhas sobre política, religião, comportamento, música e arte só para comer as menininhas.
E foi assim que começou a namorar Carol. Menina gostosa! Tinha um par de peitos que desafiava a gravidade e usava roupas “modernosas”. Gostava de assistir filmes europeus. Era fã de Almodóvar e falava de Godard, e outros cineastas cheios de consoantes no nome. Claro que ela também não entendia nada daquilo, mas não queria ser conhecida só por ser gostosa. Era seu dever mostrar para toda “sociedade machista e conservadora” que tinha muito mais do que um bom implante de silicone dentro daquele corpinho inesquecível.
Tudo começou muito bem. Assistiam a filmes, iam às galerias, e fumavam maconha... muita maconha. Na verdade eles não falavam que iam fumar maconha e sim “quebrar as paredes preconceituosas da sociedade ”. Saíam das salas de vídeo falando com ar esnobe e seguiam para o café depois de uma tarde na galeria de arte conversando alegremente
- O filme mostra muita compaixão e sensibilidade de forma cega. A parte da chuva é uma clara referência as pequenas ambições burguesas....
Estava claro que os dois só queriam uma coisa, que eu, diferente dos personagens, sem enrolações resumo em uma palavra: fuder. E é claro que foi Fábio que deu o primeiro passo. Alugou uma série de filmes do Wood Allen e convidou Carol para o seu apartamento.
Foram três horas do mais impiedoso, maldito e tenso sexo. Fábio, exausto, se virou e dormiu o sono dos injustos. Carol, ainda elétrica, rolava sem achar o sono. Encontrou um livro de cabeceira, onde de maneira descompromissada folheava e passava seus olhos pelos parágrafos. Parou em um que estava especialmente sublinhado:
“O homem deve ser treinado para a guerra e a mulher para a recreação do guerreiro; tudo o mais é tolice"
"A felicidade do homem é: eu quero. A felicidade da mulher: ele quer."
"Vais encontrar uma mulher? Não esqueças o chicote!”
Carol hoje em dia é fã do Adam Sandler, não suporta nem passar na frente de uma galeria de arte e não fica com ninguém que saiba fazer concordância ou usar crase perfeitamente (tô comendo).
Um dia, depois de muito tempo, esbarrou com Fábio, ele mexeu nos seus óculos quadrados, colou ao seu lado e suspirou:
-Depois de anos de trevas e de solidão miserável encontrei aquela que porta o meu coração!
Ela fez um ar menos esnobe e muito mais solto o cumprimentou com os olhos virados:
- Aloha!
Crônica:
E assim disse
Carlos Torto
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1 Comentário:
Caralho Torto, vc demorou quanto tempo pra fazer essa merda??? heheheeheheheh
Brincadeirinha!!! Ficou da hora!!! Curti!!! Só faltou um título... acho bom vc colocar antes que a Matildinha veja, senão você vai levar fumo!!!
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