Pra ter as duas paixões não tem jeito...

Uma dama na sociedade e uma puta comigo. Assim era ela...

Discreta, fiel, companheira , capaz de proporcionar prazeres incríveis. Não era dessas chegadas a shopping, badalação, banho de loja, essas coisas . Precisava somente do básico, do essencial, poucos cuidados, mas sempre pronta. Preferia sim a natureza. Embrenhar-se mato, subir montanhas. Sabia onde queria ir e me levava junto.

Andava com elegância e tranquilidade em todos lugares. Nas ruas de pedras da Paraty imperial, suas praias, seu luar. Assim como no frio da elegante Campos do Jordão. Outras vezes, compartilhando comigo momentos mágicos na Serra da Canastra, assistindo a um pôr do sol alucinante sentados em um mirante. Suja, suada, mas pronta, sempre. Gostava da chuva ( hummmm toda molhada como ficava melhor), gostava da noite, onde se escondia e se mostrava ao mesmo tempo.

Mas preferia mesmo o sol, o calor das pedras e areias. Ali se mostrava por inteiro, na sua cor negra. Subindo pelas paredes. E na areia, eu por cima, sentindo seu calor, ouvindo seus ruídos, respirando junto com ela. As vezes, ela invertia as posições (e como ela gostava disso), me punha pra baixo, enroscava-se em mim, quente, e por ali ficávamos, deitados na areia.

Mas canalha que sou, igual Judas, troquei-a por um pequeno punhado de dinheiro. Consenti que vá gozar com outro os prazeres que comigo aprendeu.

Porque? Apaixonei-me por outra. Mais altiva, robusta, elegante, alguns anos mais jovem! A princípio, uma paixão platônica, distante. Mas bastou uma troca de olhares, umas passadas de mão pelas suas curvas e reentrâncias, e pronto! Tornou-se meu objeto de desejo.

E pra quem achava que o 5º dia útil era apenas um amargedom mensal, finalmente, neste 5º dia útil ela apareceu e saiu da caixa. Naaaaooooo.. nem “boneca” nem “sapato” pra morar em caixa.

Reluzente, preparada, valente, negra também como sua prima (sim, são primas ), direto para os meus braços. Já prometendo ir comigo por caminhos pouco trilhados, loucuras sem fim. Mais alvoradas, mais crepúsculos. Mais cachoeiras, praias, montanhas. Pois tudo que tinha a EX, esta tem mais que o dobro.

Minha vontade mesmo era poder desfrutar de ambas, em um menáge impressionante onde uma seria a selvagem, aquela que grita, que faz o que quer, que me machuca e deixa hematomas, mas que sabe muito bem o que eu gosto. A outra, a moça, aquela pra se apresentar aos amigos, pra se levar nas viagens, calada, comportada, sempre obedecendo aos meus comandos. Ahhh, como é bom sonhar, mas infelizmente a realidade é triste e meu harém não pode ser tão grande. Talvez um dia.

Sentirei saudades BRUNINHA.

Texto por Xiquim.